Apenas 12 dos maiores municípios têm investimentos adequados, diz estudo

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TV Fronteira / Reprodução
Um levantamento do Instituto Trata Brasil aponta que, entre os municípios mais populosos do país, apenas 12 investem mais do que a média considerada ideal para a universalização dos serviços de água e esgoto.
O estudo, divulgado nesta terça-feira (15), foi elaborado em parceria com a consultoria GO Associados e tem como base os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2023.
Os municípios com maior investimento médio por habitante foram:
Campinas (SP)
Limeira (SP)
Niterói (RJ)
São José do Rio Preto (SP)
Franca (SP)
Aparecida de Goiânia (GO)
Goiânia (GO)
Santos (SP)
Uberaba (MG)
Foz do Iguaçu (PR)
Uberlândia (MG)
Jundiaí (SP)
Entre os 20 primeiros colocados no ranking de 2025, 9 são de São Paulo, 5 do Paraná, 3 de Minas Gerais, 2 de Goiás e 1 do Rio de Janeiro.
Dos municípios mais populosos do país, apenas 12 investem mais do que a média para universalização do saneamento
Sinisa
Piores colocados
Já entre os 20 piores colocados estão cidades como:
Bauru (SP)
Olinda (PE)
Recife (PE)
Paulista (PE)
Juazeiro do Norte (CE)
Maceió (AL)
Manaus (AM)
São João de Meriti (RJ)
Jaboatão dos Guararapes (PE)
Duque de Caxias (RJ)
São Luís (MA)
Várzea Grande (MT)
Desses, oito são capitais: Recife (PE), Maceió (AL), Manaus (AM), São Luís (MA), Belém (PA), Rio Branco (AC), Macapá (AP) e Porto Velho (RO).
Segundo o levantamento, entre os 20 piores municípios, quatro são do Rio de Janeiro, quatro de Pernambuco e três do Pará. Os demais estão distribuídos pelas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.
Piores municípios do Ranking de Saneamento 2025
Sinisa
Investimentos abaixo do ideal
De acordo com o estudo, o investimento médio necessário para alcançar a universalização dos serviços é de R$ 223 por habitante por ano.
Entre os 20 melhores municípios do ranking, o investimento médio foi de R$ 176,39 por habitante entre 2019 e 2023 — cerca de 20% abaixo do valor ideal. Como muitos desses municípios já estão em estágio avançado de cobertura, a diferença não compromete o atendimento às metas do setor.
Já entre os 20 piores, o investimento médio no mesmo período foi de apenas R$ 78,40 por habitante, o que representa 65% abaixo do ideal. “Nesse caso, o baixo investimento indica urgência na tomada de decisão dos gestores”, diz o estudo.
Indicadores de atendimento
A média de cobertura de abastecimento de água entre os 100 municípios mais populosos do país foi de 93,91%. Mas dez cidades ainda têm menos de 80% de cobertura. O pior índice é o de Porto Velho (RO), com apenas 35,02%.
No esgotamento sanitário, os dados revelam defasagens mais graves:
A média de cobertura de esgoto foi de 77,19%.
Santarém (PA) tem o pior índice, com só 3,77%.
Já o tratamento do esgoto tem média nacional de 65,11%, com cinco municípios tratando menos de 10% de seus efluentes.
Perdas na distribuição
O índice de perdas na distribuição de água segue elevado.
A média entre os 100 maiores municípios é de 45,43% — bem acima do limite de 25% considerado aceitável.
Diagnóstico preocupante
Para Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, o levantamento mostra que o país ainda está longe de cumprir as metas de universalização.
“Tivemos apenas uma leve evolução no investimento em saneamento básico, que subiu de R$ 111 para R$ 126 por habitante ao ano. Ainda é muito abaixo do necessário”, afirmou.
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