Secretaria da Mulher da Câmara cobra medidas após Marina Silva ser novamente alvo de ataques em comissão

Secretaria da Mulher da Câmara cobra medidas após Marina Silva ser novamente alvo de ataques em comissão


Ministra do Meio Ambiente foi chamada de “mal-educada” e “vergonha” por deputados durante audiência na Comissão de Agricultura; Secretaria da Mulher da Câmara acionará corregedoria e pede fim da violência política de gênero. A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados informou que enviará uma representação formal à corregedoria parlamentar “para que as medidas cabíveis sejam tomadas” depois que a ministra Marina Silva foi alvo de ataques de parlamentares durante uma audiência da Comissão de Agricultura nesta quarta-feira (2)
A ministra compareceu a comissão após ter sido convocada a prestar esclarecimentos sobre queimadas e desmatamentos.
Durante a sessão, que durou mais de seis horas, o deputado Evair Vieira Melo (PP-ES) acusou Marina de fazer “adestramento de esquerda” e disse que a ministra estava sendo “mal-educada” e “deselegante”.
Afirmou ainda que Marina nunca trabalhou.
Deputado diz que Marina tem problema com o agronegócio porque ‘nunca trabalhou’
.Em nota, a secretaria manifestou repúdio aos ataques.
“A ministra foi ofendida pelo deputado Evair Vieira de Melo de forma desrespeitosa e incompatível com os princípios democráticos e com o decoro parlamentar que devem nortear os trabalhos desta Casa”, diz a nota.
Outros deputados atacaram a gestão da ministra. O deputado Zé Trovão (PL-SC) afirmou que Marina é uma “vergonha como ministra”, enquanto o capitão Alberto Neto (PL-AM) sugeriu que ela deveria “pedir demissão”
Marina Silva em sessão da Comissão de Agricultura da Câmara
Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
Na nota, a secretaria da mulher na câmara diz que “nos últimos tempos, o que se tem visto é uma banalização do espaço parlamentar, em que autoridades convocadas para contribuir com o debate público são alvo de ofensas e ataques pessoais, transformando audiências em palanques de desrespeito e intolerância”.
Após a audiência, a ministra disse que não foi a primeira vez que uma situação assim aconteceu e que “o desrespeito às vezes é a única coisa que as pessoas que não conhecem o respeito são capazes de oferecer.”
No mês de maio desse ano, a ministra abandonou uma audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, após ser alvo de declarações consideradas machistas e ofensivas.
Ainda na nota, a secretaria diz que “atuará com a mesma firmeza em qualquer outro caso em que deputadas sejam desrespeitas”. E que é “urgente interromper a escalada de casos de violência política de gênero que têm ocorrido nas esferas federal, estadual e municipal, com o objetivo claro de intimidar e silenciar mulheres que ocupam posições de liderança”.