Venezuelanos superam portugueses e passam a ser a maioria entre os estrangeiros no Brasil, aponta IBGE

Venezuelanos superam portugueses e passam a ser a maioria entre os estrangeiros no Brasil, aponta IBGE


Número de venezuelanos é quase 94 vezes maior que o registrado há 12 anos. Roraima lidera ranking proporcional de imigrantes no país. O número de venezuelanos que vivem no Brasil ultrapassou o de portugueses e fez da Venezuela a principal origem de estrangeiros no país, segundo dados Censo de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27).
Em 2010, havia 2.869 venezuelanos no Brasil. Em 2022, o número saltou para 271.514 – quase 94 vezes mais do que o registrado 12 anos antes. No mesmo período, o total de portugueses caiu de 137.972 para 104.345, uma redução de 24%.
É a primeira vez que os portugueses deixam de liderar o ranking de imigrantes no país.
Imigração venezuelana cresceu 94 vezes em 12 anos no Brasil
Arte g1
De acordo com os dados do Censo 2022:
Venezuelanos ultrapassam portugueses e passam a liderar o ranking de estrangeiros que vêm morar no Brasil;
Aumento da população venezuelana: de 2.869 em 2010 para 271.514 em 2022 — crescimento de 9.363%.
Queda entre portugueses: total caiu de 137.972 para 104.345 no mesmo período — redução de 24%.
Total de estrangeiros que vivem no Brasil: crescimento de 70,3%, de 592.448 para 1.009.340 pessoas.
Imigrantes estrangeiros: 54% chegaram ao país entre 2013 e 2022;
Origem dos imigrantes: América Latina passou de 27% para 72% do total entre 2005 e 2022.
Estados com mais destaque: Roraima tem 12,84% da população formada por estrangeiros, principalmente venezuelanos;
Rio de Janeiro perdeu imigrantes — caiu de 96 mil para 80 mil.
Migrantes venezuelanos esperam atendimento em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela
Caíque Rodrigues/g1 RR
Aumento expressivo da imigração internacional
O total de estrangeiros e naturalizados no Brasil também cresceu de forma significativa. Eram 592.448 em 2010, e passaram a ser 1.009.340 em 2022 – uma alta de 70%. É o maior número desde 1980, quando o Censo registrou 1,1 milhão de imigrantes.
A maioria dos estrangeiros que vivem hoje no país (54%) chegou entre 2013 e 2022.
Número de imigrantes estrangeiros no Brasil cresce 70%
Arte g1
Imigrantes do ‘Sul Global’
Segundo o IBGE, o Brasil passou a receber mais imigrantes da América Latina e do Caribe. A participação da região na imigração internacional saltou de 27%, no período de 2005 a 2010, para 72% entre 2017 e 2022.
Número de latino-americanos no país subiu de 183.448 para 646.015 entre 2010 e 2022.
Arte g1
O número de latino-americanos no país subiu de 183.448 para 646.015 entre 2010 e 2022. Além dos venezuelanos, destacam-se bolivianos, haitianos, paraguaios, argentinos e colombianos.
Já o número de europeus caiu no mesmo período, de 263.393 para 203.284.
Roraima lidera em proporção; RJ perde imigrantes
Roraima é hoje o estado brasileiro com maior percentual de estrangeiros na população. Em 2010, os imigrantes representavam 0,6% da população do estado. Em 2022, esse número saltou para 12,84%.
O avanço tem relação direta com a chegada de venezuelanos pela fronteira norte do país.
Por outro lado, o Rio de Janeiro foi o único estado que teve queda no número de imigrantes entre 2010 e 2022: de 96.821 para 80.292.
O estado de São Paulo continua sendo o principal destino dos estrangeiros no Brasil. Em 2022, 359.223 imigrantes moravam no estado — o equivalente a 0,8% da população paulista.
Número de imigrantes estrangeiros por estado
Arte g1
Outros destaques do Censo 2022
O Brasil registrou a menor taxa de fecundidade da história: 1,6 filho por mulher;
Mais mulheres têm filhos após os 30 anos — a idade média da maternidade subiu para 28,1 anos;
Mulheres com maior escolaridade têm menos filhos;
Evangélicas apresentam maior taxa de fecundidade entre os grupos religiosos; espíritas, a menor;
Pela primeira vez, SP e RJ passaram a perder população para outros estados;
Santa Catarina, Goiás, Minas e Mato Grosso lideram os saldos migratórios positivos;
Pará, Maranhão e o Distrito Federal estão entre os estados com maior perda populacional por migração.