Canadá ‘ajustará’ tarifas sobre aço e alumínio dos EUA caso não haja novo acordo comercial, diz premiê

Ao indicar aumento nas taxas, Mark Carney afirmou que a medida será adotada em 21 de julho, caso os países não alcancem um novo acordo bilateral nos próximos 30 dias. Donald Trump e Mark Carney durante encontro da cúpula do G7, no Canadá, em 16 de junho de 2025.
Reuters
O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou nesta quinta-feira (19) que o país deverá “ajustar” suas tarifas de retaliação de 25% sobre produtos de aço e alumínio importados dos Estados Unidos.
A medida, segundo ele, será adotada no dia 21 de julho, caso um novo acordo comercial bilateral não seja alcançado nos próximos 30 dias.
“O Canadá ajustará suas tarifas de retaliação existentes sobre os produtos de aço e alumínio dos Estados Unidos em 21 de julho, ao término desse período de 30 dias”, declarou Carney em entrevista coletiva em Ottawa.
Apesar de indicar a alta nas taxas, ele não detalhou a mudança. No mesmo dia, Carney também anunciou uma série de medidas para apoiar as indústrias canadenses de aço e alumínio, que enfrentam tarifas alfandegárias de 50% impostas pelos EUA.
Entre elas, serão aplicadas regras de aquisição que favoreçam fornecedores nacionais, além de medidas antidumping — ou seja, restrições a produtos importados que eventualmente são vendidos abaixo do preço considerado justo.
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O Canadá é o principal exportador de aço e alumínio para os EUA. No início de junho, Carney classificou como “ilegal” e “injustificada” a decisão do presidente Donald Trump de dobrar para 50% as tarifas sobre os metais canadenses.
Em paralelo, Canadá e EUA iniciaram “discussões intensas” para reformular as relações comerciais bilaterais.
Durante a cúpula anual do G7 — o clube das grandes democracias industrializadas — realizada entre domingo (15) e terça-feira (17), no Canadá, os líderes pressionaram Trump a recuar em sua guerra comercial.
Após um encontro entre Carney e Trump durante a cúpula, o governo canadense informou que as duas partes poderiam chegar a um acordo comercial nos próximos 30 dias.
As negociações seguem em andamento. Segundo Carney, um resultado positivo seria “estabilizar as relações comerciais com os EUA” e “facilitar o acesso das empresas canadenses ao mercado americano”.
Em 2024, o Canadá exportou 5,95 milhões de toneladas de aço e 3,15 milhões de toneladas de alumínio para os norte-americanos, segundo dados oficiais.