Réus agora creem que julgamento de Bolsonaro e outros réus do golpe termina em 2025

Antes, expectativa é que terminaria só 2026, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) tem deixado claro que não aceitará medidas que considera protelatórias no julgamento. Jair Bolsonaro, Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos e Paulo Sérgio Nogueira
g1
Réus da trama golpista têm debatido com suas defesas uma nova data de expectativa para o julgamento que pode levar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à cadeia.
No começo do ano, advogados e investigados ouvidos pelo blog avaliavam que — com recursos e depoimentos — o julgamento poderia ser arrastado par 2026 ou seria finalizado em outubro. Agora, com o ritmo organizado imposto pela Primeira Turma do STF, a expectativa dos réus é de que o julgamento possa ocorre já em agosto deste ano. Em julho, o Judiciário entra em recesso.
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A matemática dos investigados é a seguinte: esta semana será marcada por depoimentos dos réus. Depois, pode haver pedido de diligências complementares — mesmo sabendo que há poucas chances de serem aceitas. Em seguida, há prazo para alegações finais do Ministério Público, o colaborador e por último para os réus.
“Considerando o recesso em julho, deverá pedir sessão de julgamento em agosto”, avalia um advogado.
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O STF tem deixado claro — até em outros casos, como de Collor — que não aceitará medidas que considera protelatórias no julgamento. Por isso, as defesas, cada vez mais, acreditam que o julgamento não passará de agosto ou, no mais tardar, setembro, a não ser que haja algum novo fato que exija mais investigação ou novas medidas.
Por ora, esse é o cálculo feito pelas defesas e pelos investigados nos bastidores.
A mudança na previsão impacta na articulação para as eleições de 2026. A condenação de Bolsonaro à prisão enfraquece o discurso do ex-presidente de que será candidato (embora ele já esteja inelegível) e reforça o movimento que busca um nome alternativo da oposição.
Uma pesquisa Quaest divulgada na quinta-feira (5) mostrou o crescimento de nomes da direita. Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Jr. (PSD) e Michelle Bolsonaro (PL) passaram a ter desempenho semelhante ao de Bolsonaro num eventual segundo turno com Lula, empatando com o petista. Eduardo Leite (PSD) também empataria.
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